As Verdadeiras Origens da Maçonaria

Suas origens são muitas vezes colocadas na Idade Média, quando da constituição da Grande Loja da Inglaterra; nada mais inexato, sendo historicamente comprovado que no Antigo Egito já existiam ritos iniciáticos, os de Serapis, Amon, Horus, Ísis, e os da vida, paixão, morte e ressurreição de Osíris com suas 14 Estações (parodiada pela Igreja Católica Romana) os de Horus e etc., nos quais os modernos rituais maçônicos obviamente se inspiraram, não faltando pinturas e murais que atestam essa verdade.

Como também não faltam murais representando, nesses rituais, sacerdotes e sacerdotisas trabalhando juntos na iniciação e na passagem de grau de candidatos, todos revestidos de avental.

São fundamentais como histórico das origens da maçonaria os Collegia Fabrorum de Numa Pompílio, corporação de construtores da antiga Roma. Colégio de Construtores de pontes e edificações. Que tinham como função dar apoio aos exercitos romanos na passagem por abismos e desfiladeiros, contruindo pontes para passagem para o outro lado, e que tinham um ideal filosófico subjacente, o da construção de pontes entre o homem e seu Criador, a divindade. Foram assim chamados de Pontífices, parodiados pela Igreja Católica que chama o seu lider máximo de Sumo Pontífice. O que estabelece a ponte entre Deus e os homens.

Os exercitos romanos se espalharam por todo o mundo ocidental da época. Onde assentavam seus acampamentos, levavam as Lojas e o culto de Mitra: Alemanha, Austria, Escócia, Irlanda, Itália, França, Grécia, Inglaterra, Espanha, Portugal, etc.... Na Inglaterra as cidades cuja terminação é <chester> indicam que ali houve acampamento romano. Inclusive em York = eboracum, tão ligada às tradições maçônicas locais. Dai se divulgar erroneamente que a maçonaria tem origem na Inglaterra, quando isso foi apenas a consequência da ocupação romana.

Iniciado nos mistérios dos Collegia Fabrorum, o Colégio de Construtores, e tido como Mestre da Loja, Vitrúvio, em seu trabalho no século I, nos deixou o maior legado da antiga maçonaria. Seus 10 (dez) livros são a reunião de todo um conjunto de ensinamentos sobre arquitetura, com os princípios fundamentais dessa majestosa arte, com a localização geomântica dos templos, cidades e casas, com a aplicação da geometria sagrada e dos princípios herméticos, onde afirma: “As diversas partes que compõem um templo devem estar sujeitas às leis da simetria, e com base na proporção, exigidas na edificação e observadas na construção do corpo humano, onde seus muitos membros são proporcionais ao todo.” Base do conhecimento hermético, onde Tudo está no Todo e o Todo está em Tudo. A cidade ideal de Vitrúvio é planejada de forma octogonal, dividida de acordo com os ventos e as 8 direções do mundo.

Como resultado das invasões bárbaras, os membros do Colégio de Mestres Construtores de Roma fugiram para a Comacina, ilha fortificada do lago de Como, tendo resistido por vinte anos ao assédio dos lombardos, que afinal os subjugaram, porém, os tomaram como arquitetos e assessores da reconstrução. Foi a partir desse centro que os Mestres Comacinos se espalharam, com poder e influência, por todo o norte e ocidente da Europa, construindo igrejas, templos, catedrais, castelos e obras públicas para os governantes dos estados que apareceram após o Império Romano. Este foi o verdadeiro início histórico da maçonaria, que vem sendo deturpado como se tivesse tido origem na Inglaterra no século XVIII.

Os Landmarks estabelecidos no século XVIII na Inglaterra são uma iniciativa válida de sistematizar num corpo doutrinário coerente o procedimento consagrado por usos e costumes de remota origem e consubstanciado na organização das corporações de ofícios medievais e guildas; mas guardou em si, inevitavelmente, a marca da época, do lugar e dos preconceitos da civilização judaico-cristã que considerou a mulher inferior ao homem.

Na Inglaterra, Anderson, pastor protestante, preso a condicionamentos bíblicos sectários, queimou os documentos antigos que atestavam a participação da mulher, para que a maçonaria da época ficasse de acordo com seu livro sagrado dogmático.

Sob o argumento de que é preciso ser livre para ingressar na Ordem Maçônica -- e sendo na Ilha Britânica, nessa época, a mulher tratada como um objeto, passível de compra e venda nos mercados de então -- foi a mulher proibida de participar dos ritos de iniciação. Cumpre salientar que isso não ocorria no restante da Europa.

Consta mesmo, textualmente, no dito Landmark: "Uma mulher, um aleijado ou um escravo não podem ingressar na Fraternidade" ... No mesmo fôlego, a mulher foi equiparada ao aleijado e ao escravo! É simplesmente inacreditável que um tal postulado ainda seja observado no limiar do Terceiro Milênio, meio século após a Declaração dos Direitos do Homem, que afirmava sua "fé nos direitos humanos fundamentais, na dignidade e mérito da pessoa humana, NOS DIREITOS IGUAIS DE HOMENS E MULHERESe das nações grandes e pequenas ..."

Meio século se passou desde a emancipação social da mulher ... E dois séculos decorreram desde a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, proclamada nos idos da Revolução Francesa -- apanágio da atuação da Ordem Maçônica na história das Liberdades do Homem -- e que dizia expressamente serem todos os homens nascidos livres e iguais em direito.

Por outro lado, os argumentos de "limitações ritualísticas" à atuação da mulher são puro sofisma, uma vez que no antigo Egito, nos mistérios gregos, nos de Zoroastro, de Pitágoras etc., jamais alguém se lembraria de mencionar tais limitações a uma sacerdotisa de seus cultos, como nos de Osíris e Isis. Cabe lembrar ainda que as vivências do ritual são simbólicas, valendo exclusivamente pela experiência esotérica que proporcionam; negá-lo é desconhecer o mais profundo significado da própria Instituição Maçônica -- instrumento imemorial da civilização humana, destinado à perpetuação do Conhecimento Hermético de geração a geração.

Já no "Manuscrito de Halliwell", de 1390, em sua Plures Constitutiones, se fala claramente da participação de Irmãos e Irmãs.

Assim, nada mais justifica a existência de óbices ao reconhecimento de Lojas Mistas ou Femininas, em igualdade de condições com as Lojas de Rito Masculino; a GLADA, porém, lutará por unir em Loja homens e mulheres principalmente por respeito às leis internacionais, às do país e da natureza.

A Ordens Maçônicas tradicionais, como Instituições de âmbito universal, devem, com urgência, rever sua posição com respeito à mulher, restaurando-lhe a dignidade e o direito à iniciação, a fim de colocar-se à altura do papel que lhe está reservado para os próximos séculos na História.

A Grande Loja Arquitetos de Aquário, fundada dentro dos princípios estabelecidos pela Maçonaria Universal, considera como parte fundamental de sua missão pugnar pelo reconhecimento, no Brasil e no mundo, do direito de iniciação da mulher e do deficiente físico na MAÇONARIA DO TERCEIRO MILÊNIO.

Este direito já está consagrado na Europa, com o trabalho incessante da Maçonaria Liberal. A mesma que edificou a União Européia, da qual a GLADA é parte integrante.