Um dos problemas que toda a Maçonaria enfrenta é a evasão dos obreiros quando chegam ao Grau de Mestre. Parece que, uma vez aí chegados, esvai-se o interesse, como se este fosse já o último patamar a ser alcançado, como se este fosse o fim do caminho da Busca.
A continuidade dos graus, através dos Altos Graus nos parece uma possibilidade promissora para reter os obreiros, preservando seu interesse em permanecer na Ordem, e, ao mesmo tempo, permitir que a egrégora da Maçonaria continue a atuar sobre o espírito do Mestre, através dos ensinamentos morais, desenvolvimento interior, abertura de novas percepções, aprendizado histórico, simbólico e moral-operativo em decorrência dos temas tratados nestes graus, de forma a aperfeiçoar seu caráter, aumentar seu conhecimento iniciático e melhor prepará-lo para as lides do mundo profano.
Levando em conta os profundos ensinamentos contidos nos Graus Filosóficos, certamente, um Maçom que neles tenha sido iniciado se achará muito mais bem preparado — sob todos os pontos de vista — para enfrentar os desafios da vida pública — sem dúvida uma das metas da Ordem Maçônica.
Cremos ser bastante oportuno introduzir em nossos Encontros não somente um trabalho ritualístico nos Graus Superiores, como o debate de assuntos temáticos correlatos e inclusive um programa de desenvolvimento dos Altos Graus nas Potências Maçônicas que ainda não os praticam.
Tais Encontros podem ser utilizados como oportunidade para oferecer a uma Potência a formação de um Corpo Filosófico (incluindo um Supremo Conselho, se for o caso), aproveitando a presença de um número considerável de obreiros colados naqueles Graus.
Com tal procedimento, poderíamos formar, num futuro não muito distante, uma Confederação de Supremos Conselhos em nosso Continente, de forma a permitir um debate de idéias num plano diferente da ótica comum dos Graus Simbólicos. Tudo, é claro, desenvolvido dentro da concepção da Maçonaria Moderna, Liberal e Adogmática.
Uma outra vantagem desse congraçamento em nível de Graus Filosóficos seria o intercâmbio de experiências entre Obediências que praticam diferentes Ritos.
A CIMAS estaria inaugurando desta forma um novo conceito em matéria de Confederações ou de Entidades Maçônicas, pois, em geral, elas são enfocadas em temas próprios dos Graus Simbólicos.
Vera Facciollo
Grã-Mestra da GLADA